Quem me acompanha sabe o quanto eu fui crítico em relação à
realização dos Jogos no Brasil, porque entendo que esse ufanismo, potencializado
pelos patrocinadores e por boa parte da mídia não é de verdade e não se
sustenta. É só um anestésico, talvez mesmo um amnésico que nos faz esquecer coisas
muito mais importantes incluindo a conta da festa. O Rio de Janeiro é absolutamente o mesmo
nesta Segunda-feira. O Brasil é absolutamente o mesmo.
Mas, a Olimpíada uma vez iniciada é contagiante. Pelos
desafios impostos, pelo comprometimento dos atletas, pelas suas histórias de
superação, pela diversidade, pela beleza plástica, pela alegria universal, pelo congraçamento, e por todas as outras
demonstrações de que a raça humana ainda tem jeito. E nesses aspectos tivemos muito o que
comemorar ao longo do evento.
Eu também destaco as cerimônias de premiação. Elegantes e
sem exageros, valorizaram nossa arte e nossos materiais desde os figurinos
legais, até o pódio, e o design da bandejas e dos estojos em madeira.
Pena que nem tudo é perfeito
Tá bom que em um evento desse porte, por mais que pensemos esportivamente
ainda não conseguimos nos livrar das contaminações políticas e econômicas, e em
muitos casos, do fato de que o limite a ser ultrapassado já não é humano. Mas
isso é assunto para uma postagem mais filosófica.
Também fomos ineficientes, não dá pra negar. É só olhar para os
erros de planejamento e de execução, os problemas iniciais na vila olímpica, o
uso de materiais de segunda (que tal a água verde?), a poluição... Pior foi a criação de factoides para tentar justificar as pataquadas. Até prisão de “terroristas” conseguimos fazer!
(chamei isso de pataquada preventiva).
E
também tivemos o “fogo amigo” de nossa própria imprensa, que adora uma desgraça
pra chamar de sua. Mas ainda assim, o
resultado do evento em termos olímpicos foi positivo e merece aplausos.
A festa do encerramento
Caraca! Por que não fizeram uma festa bonita assim logo na
abertura? Parece até que os realizadores
não foram os mesmos. Ou será que a
abertura foi só um ensaio que deu errado?
Ontem tudo esteve muito mais harmonioso: Ideias bem
realizadas, coreografias expressivas, músicas decentes e significativas. As
projeções no piso, mais discretas, valorizaram as cenas (ao invés da abertura
quando estavam caóticas). A alegria brasileira foi a tônica.
Houve umas
bobeadinhas aqui e ali, umas fantasias de brócolis, uns vícios de enredo de
escola de samba que só se entende quando um comentarista chato lê o script, mas
nem isso e nem a chuva atrapalharam o brilho da festa. Aliás, a ideia da chuva para apagar a tocha
foi bem legal.
E com o carnaval final, acho que os participantes saíram com
um gostinho de quero mais!
imagem by Stux from Pixabay.com
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